Quem está acompanhado o blog já deve ter reparado que os relatos estã saindo sem muita preocupação com o texto ou revisões. Afinal, estou escrevendo durante os voos (como na primeira parte) ou em cafés e à noite, no quarto do hotel. Revisão e fotos vem depois (mas já tem algumas no Instagram, que talvez já traga pra cá pra ilustrar).
Ontem o relato foi até a chegada a Domededovo, com atraso. Sair dali é confuso, principalmente porque você ainda não está acostumado com a lógica russa. Confesso: 24 horas depois e tudo parece muito mais fácil.
O metrô, por exemplo. Ontem pegamos o AeroExpress e fomos até a estação de Paveletskaya (a única parada que o trem faz). Saímos do aeroporto tarde, à meia noite (cansados e confusos. Me fiz prometer que da próxima vez, por mais que eu ainda ache que é legal chegar numa cidade nova e conhecer os sistemas de transporte público, essa não é a melhor hora). De lá até o metrô são 45 minutos, o que nos dava 15 para pegar os dois trens que nos levavam ao hotel, já que o metrô fecha a uma. Rolou, mas por muito pouco. Já no trem caiu outro mito: que os russos são as pessoas mais mal humoradas do mundo. Bobagem. Vimos um brasileiro que encontramos no voo (o Ike – ou Ique, Ic… ainda não sabemos) ter a seu redor 5 deles tentando ajudá-lo a entender como chegar a sua estação. Ah sim: a história de que ninguém fala inglês também é falsa. Claro que o pessoal que viveu no comunismo – bem como o pessoal mais pobre, que trabalha nas ruas, em quiosques, bancas de revistas e taxis-, não fala nem entende o alfabeto ocidental. Mas turma mais nova, de até seus 20 e tantos, já se comunica bem. Conversamos com gente no metrô, em lojas e restaurante sem problemas (mas com paciência para entender o sotaque).
O Hotel
O Katerina Hotel se vendia no Hotels.com, onde fiz a reserva, como um 4 estrelas executivo a 15 minutos do centro de Moscou. Está mais para um albergue de luxo. Não é ruim, pelo contrário: é que como tem um bom preço, o índice de jovens europeus e russos e alto e durante a noite o pequeno bar fica bastante animado. Os quartos não são grandes, mas também não é preciso fechar o armário para abrir a porta do banheiro. A ducha é boa e relaxante e a cama confortável. A TV de plasma de 28″ passa programas em russo e notícias em inglês da BBC e Bloomberg. O frigobar, reposto diariamente, é grátis: Coca-Cola, água, chips, amendoim e chocolate. O café é farto e diverso: dos nossos paezinhos, croissants, café e leite a salmão, salada de pepino e sopa, passando pelos tradicionais ovos, bacon, iogurtes e outros ítens de um café continental. Tem wi-fi grátis (o que permite atualizar diariamente este relato) e uma pequena academia (o que permite a Alê a ir querer pedalar agora, quase meia noite…) Fica a 22 minutos da estação mais próxima da Praça Vermelha, mas a pouco mais de 200 reais a noite, isso é ótimo.
O metrô e a cidade
Você certamente já ouviu: o metrô de Moscou é lindo! É um dos mais antigos e profundos do mundo! Vale a pena visitar as estações! Sim, isso tudo é verdade. O que você também precisa saber e ainda não te falaram: o seu mapa com os nomes das estações escrito de forma que você consegue ler (Polyanka, Pushkinskaya, Chekhovskaya) não adianta nada. Nas estações o que vale é o cirílico, alfabeto oficial russo. E nisso Polyanka vira Полянка. Pushkinskaya é Пушкинская e Chekhovskaya é a tradução para Чеховская. É assim, com esses enes esquisitos, quatros invertidos, erres espelhados e outros símbolos (para nós) bizarros que as indicações nas estações – e tudo mais na cidade – está escrito. Então consiga um mapa em cirílico, de preferência com os nomes também em romano (eu uso um app para Iphone, o Moscow Metro Map).
Outra coisa que não te falaram: além de existirem mais de 150 estações de metrô elas são complicadas. Não é incomum três ou quatro estações se comunicarem, fazendo que você se sinta um rato em experiência de laboratório, indo e vindo, subindo e descendo escadas rolantes gigantescas, entrando em corredores que parecem levar a lugar nenhum… Se não tiver ânimo ou espírito a melhor dica é: desista. Contrate um guia. Para aqueles que, como eu, adoram se perder na cidade, Moscou e seu metrô é um prato cheio. Toma tempo e grandes caminhadas, mas é bem divertido tentar associar os nomes e símbolos das estações. Hoje, ao final do primeiro dia, mas me sinto quase um expert. O que posso te dizer (talvez aprenda mais um pouco no final de semana. Se for o caso, atualizado isso aqui): quando você chega a plataforma o nome da próxima estação onde o trem vai parar vem escrito s e p a r a d o. Parece bobagem, mas tem me ajudado. Outra: se você desceu da escada rolante e tem uma placa com os números 1 a esquerda e 2 a direita escritos dentro de uma seta, quase sempre em azul, que indica as direções. O número da sua linha (decore a cor e o número, já que muitas vezes o vermelho é quase um laranja e os azuis se confundem) está escrito aí também, pequeno, em um dos cantos. Se, ao invés das setas para as laterais, for uma seta pra baixo, sua plataforma é ainda mais embaixo. Parece óbvio escrevendo agora, mas quando você já ficou 2 minutos descendo numa escada rolante imagina que não tem como outro trem passar ainda mais profundo… E outra dica que serve não só para o metrô: estude o cirílico.
Mesmo que sua viagem seja daqui a uma semana (ou um mês, não faz diferença: você não vai entender russo nesse tempo) pegue o alfabeto (tem um no meu guia), leia e faça a associação das letras. Tudo vai ficar mais fácil. Aprenda que P é na verdade R. O C deles é nosso S. Aquela coisa esquisita que parede um D (д) é um D… Lembre-se também de palavras brasileiras como vasculante/basculante: aqui B é V. E б, que parece B, é B mesmo. Parece difícil. E é, mas dá pra associar facilmente (e se serve de consolo, a compreensão da pronúncia é mais fácil que a escrita).
Nessa altura você já deve ter percebido: Moscou é uma cidade que te cansa. É muita informação, muita coisa nova ou completamente diferente do que estamos acostumados e principalmente, tudo é longe. O metrô é, sem dúvidas, a melhor opção de transporte. As caminhadas, por menores que sejam (da estação ao seu destino ou mesmo DENTRO da sua própria estação) são quase uma maratona. Oscar Niemayer, ainda o comunista vivo mais famoso do Brasil, usou isso na concepção de Brasília com certeza. Aprenda: são poucas as ruas em Moscow que você cruza por cima. Na maioria é preciso usar um túnel.
Praça Vermelha
A medida que você sai da estação de metrô e começa a ver a fortaleza (kremlin, em russo) a certeza é que sim, o capitalismo venceu. Entrar na Praça Vermelha é das sensações mais incríveis que qualquer viagem pode experimentar. É de uma beleza de tirar o fôlego. As cores são viva e quando cai a noite a Praça se transforma.
Para você se orientar: a igreja com tetos de cores vivas é a Igreja de São Basílio. Está no lado sul da Praça. No lado oposto, o imponente prédio vermelho, é o Museu Estadual de História. O grande prédio claro é a Gum, um shopping center caro mas um excelente lugar para você se refugiar do frio – visite o supermercado que existe no primeiro piso, no lado oposto a entrada principal. É um primor.(confesso: ADORO visitar mercados e supermercados em outras cidades. Dizem muito sobre os hábitos e costumes do lugar. E esse aqui tem tudo que o comunismo privou os russos por décadas. De café do Brasil a molhos franceses e ingredientes japoneses, ten tudo o que o sistema dizia ser superfluo a preços superfaturados). E em frente a entrada principal da Gum está o Mausoléu de Lenin. O Kremlim é tudo o que está atrás do imenso muro vermelho, que chega a ter 750 metros em um dos lados. A entrada é saindo a esquerda do Museu e contornando também pela esquerda (com um bom mapa você visualiza isso tudo facilmente). Ainda nāo visitei o interior: como o dia foi curto (com a viagem cansativa dormimos até mais tarde) isso vai ficar pra outro dia.
Saindo a esquerda da Catedral está a Ulitsa Varvarka (ulitsa é rua você vai ver algumas vezes a palavra simplificada: ul.), uma rua pequena mas que comporta albuns belos exemplos da arquitetura russa.
Do outro lado, saindo a direita do Museu o destino é Lubyanka, praça e prédio que era sede da KGB. Dica? Suba até o 6 andar do Nautilus, um shopping decadente que tem tem bem a frente da antiga sede. Escondido nos fundos de um salão de belezas está o Loft, um pequeno (10 mesas) café, com uma varanda com vista pro prédio. O público é sobretudo local e o local tem um almoço executivo (salada, sopa, prato principal e acompanhamento) das 12h as 16h por 450 rublos (ou cerca de 25 reais). Só como comparação, este é o preço, no mesmo restaurante, de 4 Coca-Cola. Ou um suco de tangerina.
Monica Salgado Ferriera
Estou indo pra St. Petersburg e Moscou agora, dia 11 de junho e gostaria muiiiito de contratar uma guia lá que fale português ou espanhol… tem alguma dica? Agradeceria muito. Obrigada Mônica
Jeff Santos
Olá Mônica.
Alguém tinha me indicado uma guia chamada Elena. Ela é russa mas trabalhou na Varig e fala português. Não cheguei a falar com ela, mas é uma possibilidade. Seu email é elenabrasil@yahoo.com e o telefone é 926 161 1878. Tente falar com ela e depois me fale se deu certo! Boa viagem!!
Catarina
Oi! Sou russa que mora em Sao Petersburgo e trabalho como guia turistica ja 10 anos, veja-se o meu sitio web http://www.cadi.spb.ru
Tambem podem fazer perguntas da minha cidade, das coisas praticas da viagem etc.Ajudaria pra voce com muito prazer!
Catarina (o meu e-mail – catalina2507@yandex.ru)
Catarina
Ola pessoal! Se voces estão planejando visitar Rússia, eu poderia ajudar com recomendações, serviços de guia e conselhos. Sou russa, moro em São Petersburgo e trabalho como guia turistica mais de 10 anos! Para mais informações visitem a minha pagina http://www.cadi.spb.ru ou escreve catalina2507@yandex.ru
Beijos
Catarina
Olga
Ola! Sou russa, moro em Moscou e trabalho como guia turistico. Falo portugues e ingles. Se alguem precisar de servico de guia e acompanhamento nos lugares turisticos, ajudo a vcs com muito prazer!
Atensiosamente,
Olga
Meu email olinha@list.ru
Luiz Eduardo de Barros Leal Reis
Pretendo conhecer Moscou, mas a grande barreira é a lingua, já que existem guias que falam a minha lingua, gostaria de saber o preço dos passeios, quanto custa um dia de passeio em Moscou ?
Jeff Santos
Oi Eduardo.
Eu não falo russo e não precisei de guia turístico por lá. Me comunicava em inglês. Ou na universal lingua dos sinais… O preço dos passeios ou seus gastos diários por lá variam. Mas não é tão caro quanto parece. Nesse link eu comento um pouco sobre os custos. Abraço.
Olga
Ola Luis Eduardo, pode me escrever: olinha@list.ru