Primeiro: a chegada ao país, depois que você já está na Europa, é tranquila. Nada de alfândega, passaporte, documentos. Você desce do avião, pega sua mala e já sai na área comum do aeroporto, sem nenhum stress. Melhor: o aeroporto oferece uma hora de conexão grátis à Internet. Nada daquela burrocracia da Infraero que te dá 15 minutos num conexão horrorosa, com um cadastro ainda pior (já viu isso, né? Para ganhar seus 15 minutos você precisa pegar seu cartão de embarque e apresentá-lo no guichê de informações. Depois de anotar seus dados o funcionário te entrega, junto ao carimbo na passagem, um cartão com seu código. Você então entra na rede, faz seu cadastro completo – nome, cpf, endereço, data de nascimento… – e volta à pàgina principal, onde tem que achar o link para os 15 minutos e, aí sim, finalmente entrar com seu login e senha e ganhar seu tempo. Tudo complicado e em português apenas. Dica: use seu tempo para criticar a própria Infraero… Voltando à conexão no Aeroporto de Atenas: você conecta à rede e clica em 60 minutes free. Pronto. Está online…
Taxis do aeroporto à cidade custam 35 euros e a viagem de 40km leva em torno de 30 minutos. Onibus também estão disponíveis.
O essencial de Atenas é, sem dúvidas, Acrópolis.
Em um dos pontos mais altos da cidade, é lá que se encontra o Paternon e outros templos. Os ingressos, vendidos na porta, custam 12 euros e é bo guardá-los, já que te dão direito a outras seis atrações turísticas na cidade: Ancient Agora, Teatro dionísios, Roman Agora, Kerameikos, Templo de Zeus e a Biblioteca de Hadrian. Apesar de fascinante – a reação é a mesma que tive quando visitei Macchu Pichu: por que diabos esse povo resolveu criar uma cidade aqui, no alto nessa montanha? E como os caras fizeram pra construir tudo isso naquele tempo? Quantas pessoas já passaram por esses mesmos caminhos que estou passando? – a visita a Acrópolis é um tanto quanto monótona. Caso não seja um aficcionado por história, vai achar o tempo gasto entendiante. A vista, entretanto, é ótima. Quase completamente plana, é possível ver a cidade em 360 graus do alto do morro. Reserve uma hora ou mais para o passeio.
Aos pés de Acrópolis está Plaka, a cidade antiga. Se perder pelas vielas e descobrir os restaurantes, igrejas e atrações também vai te tomar umas duas horas ou mais. Na minha caminhada me deparei com um restaurante chamado Exoaapxeio (ok, não era Exoaapxeio, mas não tenho o nome aqui agora. Fica na rua Tripodon, numa esquina) e a placa dizia que era o mais restaurante familiar de Atenas, na ativa desde 1935.
Parecia que queriam deixar o lado familiar bem claro: o garçon, depois de colocar uma garrafa de água na minha mesa, parou o serviço – o local estava lotado – para montar o brinquedo da filha. Outro, de fraldas, corria por ali. O dono discutia com a esposa e quando pedi o cardápio ele me trouxe uma bandeja com 15 opções e disse: “olha, o que tem é isso aí. Você escolhe 2 pratos, paga 14 euros e ganha a sobremesa. Vai querer o quê?” Direto e sem paciência. A comida, a mesma que estava na bandeja – no tempo que estive no restaurante vi o dono, sempre ele, fazer o mesmo com outros turistas que tiveram todos a mesma reação de surpresa que eu – é boa, e o que ele não diz e só descobri depois foi que, além da comida, os 14 euros incluem, também, a garrafa de água e uma jarra de vinho.
Também obrigatório e facilmente coberto no pouco tempo disponível é a visita ao monte Lycabettus, o ponto mais alto da cidade. O que vale aqui também é a vista, mas no topo tem uma igreja, um café, propriamente batizado de Horizontes, e uma arena em estilo grego (claro…) que abriga shows e espetáculos. O lugar é acessível a pé, em cerca de meia hora de caminhada morro acima, ou de bondinho.
E completa o roteiro das 24 horas o bairro de Kolonaki, nas proximidades do Monte Lycabettus. Centralizado na praça de mesmo nome, Kolonaki é o lugar para ver e ser visto. Entre Emporios Armani e Zegnas, executivos, socialities e turistas se misturam nos vários cafés da região. Meus contatos gregos me indicaram o Da Capo, na esquina da praça com a rua Tsakalof. No estilo pague-e-pegue, me servi de um sanduíche e um ótimo expresso duplo, suficientes para o resto do dia.
O que mais eu aprendi sobre Athenas e os gregos, nas poucas horas por aqui: o povo é direto, sem lengas-lengas. No hotel, cheguei, fiz meu check in e perguntei pro atendente o que eu poderia fazer no meu pouco tempo livre na cidade. “Faz o seguinte: sobe pro seu quarto e quando você for sair eu te falo”, foi a resposta. Em Kolonaki entrei em uma loja de facas e coisas pra casa. O diálogo foi mais ou menos assim: “Posso te ajudar?” Não, só tô olhando. É que eu gosto de cozinhar… ” Então olha, mas saiba que aqui só tem coisa cara, de primeira…” Aprendi que os motoristas turcos não são de respeitar as leis de trânsito, que motos se dividem basicamente entre scooters e grandes BMWs de mais de 1000 cilindradas e que, apesar de ser lei, ninguém usa capacete (e os policiais não estão nem aí). Aprendi, também, que gregos não se dão muito bem com turcos. Tudo por causa de Istanbul, a antiga Constantinopla – ou AINDA Constantinopla segundo eles – que foi fundada por um grego e, ainda segundo eles, pertence à Grécia (“um dia ainda vamos tomar de volta”, foi o que me disse um motorista de taxi…). e aprendi que a língua grega, guarda semelhanças com o italiano quando falada, por causa da origem latina. Mas que ler o que está escrito ali está além das minhas capacidades.
laine
Achei os comentários e informações sobre a viajem e sobre a cidade de Atenas bastante criativo, didático e inteligente. Parabéns! preciso saber mais sobre as características do povo Grego, pode mim informar?
Obrigada
Jeff Santos
Eles são agitados, falam alto, deixam tudo pra última hora… Um pouco como os brasileiros. São gente boa.
laine
mim fale mais do povo Grego…