Pacific Crest Trail S01E85

Dia 85 | Oregon Challenge Day 17

45 km hoje | 2836 km total

Cascade Locks

Extrapolei o Oregon Challenge em três dias mas eu tinha um objetivo no dia: chegar a Cascade Locks antes das cinco, quando a agência do correio local fecha, e terminar a novela do isolante térmico. Depois de dizer que não tinha em estoque e que não daria tempo pra chegar no Big Lake Youth Camp enquanto eu estava lá eles acabaram mandando pra casa da Adriane, em Seattle. Teria dado tempo de chegar no Big Lake… Ela recebeu e encaminhou pra Cascade Locks. A ideia era chegar, pegar o isolante, desfazer do que eu estava usando e seguir viagem no dia seguinte.

Eu descia a montanha literalmente correndo. Não só por causa do horário: minha mochila estava leve, meu quadril doía menos correndo que andando e a inclinação da montanha era perfeita pra isso. Se não tinha pedra solta, eu corria. Estava me divertindo. Até eu receber uma mensagem da Dri: “Jeff, o pacote com o colchonete era pra ter chego ontem (terça-feira) “Due to operating conditions, your delivery may be delayed.” E foi delayed. Eh pra chegar hoje (quarta) ate o final do dia 18h.” Fazer o que? Era esperar e pegar no dia seguinte.

No final da trilha, quando ela chegava na estrada, esperei pelo Pied Piper (ok. Esse é o nome dele, depois de eu ter errado duas vezes…). Cascade Locks é uma rua às margens do rio Columbia, na dívida do Oregon e Washington. Chegamos e fomos direto pra ponte fazer umas fotos. Depois cruzamos a cidade inteira até chegar no camping: um mercado, um posto de gasolina, uma cafeteria, uma lanchonete de cachorro quente, um restaurante, dois hotéis. Pronto.

O camping é agradável, o chuveiro é ótimo, mas ele fica ao lado da linha do trem. Pra solucionar esse problema, depois que levamos as roupas pra lavar e comemos alguma coisa eu passei no mercado e comprei uma garrafa de vinho. Voltei pra barraca, fiquei escrevendo e bebendo e não ouvi trem algum durante a noite. Pied Piper reclamou bastante durante todo o dia.

Gastei na cafeteira uma pequena fortuna com dois expressos duplos, um smoothie, um sanduíche e uma fatia de bolo. Depois voltei pra mais um expresso duplo enquanto gravava o podcast Extremos, que já tá no ar.

Assim que o Correio abriu eu e Pied Piper estávamos lá: eu na espera do colchonete, ele dos tênis novos. “Se chegou ontem à noite ainda está na central. Passe depois do almoço. Se precisar ir antes só dizer que a gente encaminha pra você. E seu tênis está aqui, mas não posso te entregar. Estamos sem energia, a scanner não está funcionando e não posso te entregar sem escanear”. Frustração.

Aproveitamos a manhã pra comprar os suprimentos da semana, tirar um cochilo e quando voltamos, por volta do meio dia, tudo estava resolvido.

Na minha caixa, além do isolante que eu esperava, Adriane colocou comida suficiente para uma semana. Nada brasileiro dessa vez, mas produtos finos e cheios de caloria como preciso: queijos, embutidos, vinho, óleo de coco, guloseimas. Uma surpresa agradabilíssima e muito bem-vinda.

Saí pesado e feliz pra cruzar a Ponte dos Deuses, a Bridge of the Gods, e deixar pra trás o estado de Oregon. Começava ali uma nova etapa.

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