Pacific Crest Trail S01E71

Dia 71 | Oregon Challenge Day 3

35 km hoje | 2252 km total

Christi’s Spring

Eu tenho carregado muita comida, mas não resisto à comida de verdade. Mesmo que “comida de verdade” no caso sejam batatas congeladas, uma torrada estranha, ovo e bacon gordurento. Era isso que eu estava esperando de café da manhã no Fish Lake Resort quando saí às 5:30 da manhã disposto a chegar lá antes das nove.

O nome resort parece pomposo mas esses locais são simples: uma casinha de madeira, uma lojinha, meia dúzia de mesas. Base pra gente que vem acampar e pescar nos lagos da região. São perto da trilha – menos de cinco quilômetros – mas é uma caminhada extra, além do computado pela distância oficial da trilha.

Antes das seis eu já tinha visto um urso – o meu segundo até agora. Ele tava de boa, ao lado da trilha, e nem notou minha presença. Foi ali que percebi que urso pra mim é que nem neve: eu gosto, mas à distância. Fique você aí, eu aqui e está tudo bem…

Apesar de estar esperando ovos e bacon o resort não tinha: me contive com um omelete grande e bem recheado. Estava bom. Deixei o celular carregando e no meio tempo entre a digestão do omelete e o bateria atingir 100% notei que só aquilo não seria suficiente: eu teria que comer mais… Já eram onze, o cardápio do almoço começava ao meio dia e eu resolvi esperar.

Foi nesse meio tempo que chegou o Bagpiper. A trowel que tinha achado era dele: ele tinha passado por mim quando eu estava no banho. “Que bom que você achou. Como eu iria fazer pra, é, como de diz, você sabe…” ele disse.

No início do Oregon a trilha parece ter sido toda limpa e nivelada: nada de morros ou pedras, tudo lindo e arrumado. Mas aqui a coisa começa a mudar. Trechos com mais pedras que a Pennsylvania. O que vai deixando a caminhada mais lenta. Além disso foram algumas horas no restaurante, comendo e carregando o celular. O resultado é que andei menos que precisava.

Acampei ao lado de um riacho e os pernilongos resolveram aparecer em peso. São tantos que não consegui fazer meu jantar. Montei a barraca, entrei pra dentro dela com mochila e tudo e quebrei uma de minhas regras: nunca comer dentro da barraca. Matei ali um pacote de atum e uns chocolates, as coisas que eu tinha e que davam pra comer sem esquentar.

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