Pacific Crest Trail S01E43

Quando acordei pela manhã vi que eu estava a cinco minutos da trilha. O GPS, claro, estava correto. Em meia hora eu havia chegado ao ponto que queria estar ontem, na interseção da PCT com a Cottonwood Pass, que dá acesso à cidade de Lone Pine.

Às 6:30 eu ouço a voz da Ale no telefone. Ela estava mais calma que eu. “Está tudo bem. O pessoal do Spot me contactou, os park rangers me ligaram, eu recebi seus recados e vi que você está voltando”, ela disse.

Desci até o estacionamento e rapidamente peguei uma carona até a cidade de Independence. Depois outra até Bishop. Espero aqui esse incrível grupo de amigos que fiz na trilha pra ver se algum deles mudou de opinião. A minha está tomada: pulo Sierra Nevada e vou pro norte. Estou conversando com outros hikers e locais pra saber a melhor opção: se pro Canadá e descer até aqui, se pra algum ponto ao norte daqui, seguir até O Canadá e depois fazer a Sierra.

O certo é que vi a morte de perto. Se antes eu estava ansioso, agora estou assustado. Como sempre disse, minha segurança antes de tudo. Fico uns dias em Bishop pra me recompor.

Por causa do incidente ontem e da decisão de não continuar na Sierra Nevada, a contagem de dias e KM que venho fazendo aí nas telas da direita vai ficar meio confusa.

Whitney Creek está na milha 766.3, ou KM 1233 da PCT. Esse foi o ponto mais ao norte da trilha que cheguei. Estou em Bishop (milha 788.5) mas não cheguei até aqui a pé. Quando decidir meu destino vou somar os quilômetros que andei aos 1233 já andados até chegar aos 4250 quilômetros totais da Pacific Crest Trail. Deu pra entender? Se for pra divisa com o Canadá, por exemplo, vou estar na milha 2650 mas no KM 1270, ou coisa parecida. É, vai virar uma confusão… e eu talvez mude isso. Vamos ver.

Mas continuo. Do norte pro sul, ou fazendo Oregon e Washington e depois terminando a Califórnia, não importa: mantenho o plano de fazer a PCT em uma temporada. E agora com um novo objetivo: terminá-la no topo do Monte Whitney, em setembro.

“Up, down, turn around

Please don’t let me hit the ground”

Temptation, do New Order, foi a primeira música que tocou no modo aleatório do meu playlist quando comecei a seguir o caminho de volta. Claro, ela é a trilha da trilha.

Os projetos paralelos também continuam:

Tem texto lá no O Eco sobre os primeiros 30 dias e 900 km de trilha e sobre o trabalho interminável de manutenção de uma trilha como essa.

Vai ter podcast do @extremos mês que vem o de vou contar em detalhes como tudo aconteceu.

E a Ale resolveu fazer o @loongaespera , onde ela expõe suas apreensões em me acompanhar de longe. Segue ela lá. Dou mais notícias em breve.

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