Dia 124
Glen Pass
33 km hoje
4248 km total
“Glen Pass não é o passe mais difícil dos passes principais, mas está longe de ser fácil”. É assim que começa a descrição do passe no Guthook, o aplicativo que uso. Discordo. Achei, de longe, o mais difícil de todos, mesmo sendo o mais baixo (ou melhor, menos alto) deles, a 3642 metros.
A subida é íngrime, as pedras são muitas, os degraus são altos. Cada passo que você dá é complicado. Cheguei no topo cansado.
Talvez porque já estivesse cansado do dia anterior. Ou porque não passei a noite perto da base. Pra chegar ao topo foram pelo menos 20 quilômetros. Primeiro descendo do Pinchot Pass – acampei no primeiro lugar que achei depois de cruzar o passe – depois 14 quilômetros subindo. Mas o que mata mesmo são os dois quilômetros finais, depois do lindo Rae Lake.
Entre Pinchot e Glen, bem na base entre os dois passes, existe uma ponte elevada, daquelas que tremem toda quando você anda. É meio assustador.
Apesar de difícil, a aproximação do Glen Pass foi das mais bonitas. Culpa do Rae Lake, que domina o cenário. Cruzei o passe, desci até Vidette Meadow e subi até o último local pra acampar antes de Forester.
O camping que o aplicativo mostrava, logo depois de um riacho, estava cheio de Hikers fazendo a JMT mas logo antes de cruzar a água, num ponto mais elevado que a trilha, vi um lugar perfeito pra montar a tenda.
A previsão é de frio à noite, talvez chuva amanhã. Mas nada disso importa: amanhã é meu último dia de PCT. Depois de 125 dias, a trilha vai chegar ao fim (o que não significa que vou parar de caminhar: ainda vou ter Whitney e pelo menos mais dois dias até voltar a Kennedy Meadows…)
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