Então você decidiu e vai pra China. Viu aquela promoção de passagens por pouco mais de R$2000 no Melhores Destinos, clicou no “compre aqui” e só agora caiu a ficha. Afinal, o que vou fazer na China? Por isso você veio parar aqui, pode confessar. Foi atraído pelo título e quer ter uma noção de como é e o que fazer em Beijing.
Espera… Não era Pequim? Então, a confusão começa aí. Pequim, Beijing, é tudo um lugar só. A cidade é conhecida nos países de língua inglesa por Beijing. Nos demais, Pequim. Na própria China é Beijing, mas o código do aeroporto, você vai ser na sua passagem, é PEK…
Esse guia rápido é formado pelas impressões de quem acabou de voltar da cidade. Um apanhado de coisas que eu gostaria que alguém tivesse me falado antes de ter ido. Coisas que poderiam ter me ajudado. E pode ajudar você.
Por exemplo: que essa passagem da American Airlines é realmente barata, mas as conexões te fazer chegar na cidade mais cansado que o normal. Meu vôo seria Belo Horizonte-Miami-Dallas-Beijing, mas devido a atrasos nas conexões acabou sendo Belo Horizonte-Miami-Chicago-Los Angeles-Beijing. Mais de 48 horas de viagem, com longas esperas nos aeroportos.
Se chegar ao Aeroporto Internacional de Beijing é complicado, se locomover pela cidade é extremamente simples. Primeira dica: use o metrô. Taxis na capital chinesa são baratos (do aeroporto ao centro da cidade é cerca de 120 RMB, algo como 70 reais na cotação de outubro de 2015). Mas o trânsito confuso e as longas distâncias fazem do metrô disparado a melhor opção.
Chegando no aeroporto, logo depois de passar pela polícia, siga a sinalização e pegue o transporte para o terminal C, onde estão localizadas as esteiras de bagagem. Dali é só seguir as placas para o Airport Express. Para a estação de Dongzhimen são 25 RMB e 25 minutos de viagem. De lá é só pegar trocar de trem para ir até o seu hotel. As passagens custam entre 3 e 5 RMB e o metro cobre virtualmente a cidade inteira. As estação são todas sinalizadas em mandarim e inglês, o que facilita a vida de nós turistas.
Dinheiro
Você certamente vai precisar trocar dinheiro na sua chegada. No próprio aeroporto existem casas de câmbio, com a cotação, como sempre, ruim. Troque ali o necessário para sua chegada à cidade (100 dólares são mais que suficientes). Para uma cotação melhor procure por uma agência do Banco da China. Leve seu passaporte. As transações não tem taxas e no final das contas saem quase 10% melhores que em outros lugares (15% melhores que nos hotéis). Em outubro de 2015 um dólar comprava, em média, 6 RMB. Fique atento também para cartões de crédito: são pouco usados no país e na maioria da vezes o que vale mesmo é dinheiro vivo.
Onde ficar
Você comprou a passagem e está se decidindo onde se hospedar. Achei os hotéis relativamente baratos em Beijing. Quartos de redes internacionais, como DaysInn e Novotel, saíram por cerca de R$250 reais a noite, sem café da manhã. Agende através do seu app preferido. A dica que eu queria ter é a seguinte: após confirmar a reserva, envie um email para o hotel e peça para mandarem pra você o endereço completo em chinês. Mesmo que a reserva venha com o nome do hotel escrito no idioma local, não encontrei nenhum motorista de taxi que soubesse onde os hotéis que eu havia reservado ficavam.
Para quem é turista, a melhor opção é ficar na região de Wangfujing, conhecida na cidade por ser uma rua de compras. Ali estão as melhores lojas e shoppings. E também bons restaurantes e bancos. E as principais atrações turísticas da cidade, a praça de Tiananmen e a Cidade Proibida não estão a mais de 500 metros, dá pra ir andando.
O que visitar
Você já sabe: use e abuse do metrô. Você vai economizar dinheiro e tempo. O trânsito é confuso, muitos motoristas de taxi ficam perdidos e quase nenhum fale inglês. Baixe o app do metro no seu celular e saia visitando os pontos turísitcos sem medo. Dá pra ir em todos eles de transporte público. Imperdíveis são a praça Tiananmen e a Cidade Proibida, um na frente do outro, mas que você vai precisar de um dia pra conhecer bem. Se estiver hospedado em Wangfujing dá pra a pé. Caso contrário pegue a linha 2 azul até a estação de Qianmen (circular, a linha 2 roda nos sentidos horário e anti-horário e é das mais usadas). Caso queria visitar o mausoléu de Mao-Tse Tung, fique atento aos horários: de 7 as 11 da manhã, fechado nas segundas. Leve seu passaporte. A Cidade Proibida fica aberta até as 5 da tarde, mas também está temporariamente fechada as segundas devido a algumas reformas. Custa 60 RMB (cerca de R$40).
Imperdível também é o Templo do Paraíso. Desça na estação Tiantandongmen (Portão Leste de Tiantan) da linha 5 verde. No grande parque ao redor do Templo dá pra ver calmamente a vida dos locais: Tai Chi, danças, artes marciais, esportes. Tem de tudo um pouco. Também dá pra passar um dia fácil.
O Palácio de Verão fica um pouco mais distante. Da região central são cerca de 45 minutos até a estação de Beigongmen, na linha 4. É a mesma que atente ao Zoo e os dois passeios podem ser combinados em um dia.
Para visitar as instalações olímpicas, como o Parque Aquático e o Estádio Bird’s Nest é só pegar o metrô verde escuro até a Estação Olympic Sports Center.
E caso queria visitar a Grande Muralha de trem também é possível. Só pegar um metrô até a estação de Xizhimen – ela é atendida pelas linhas 2, 4 e 13. Daqui siga a sinalização para Beijing North Railway Station e pegue um trem Yanging e desça na segunda parada. Você estará na seção da Muralha conhecida por Badaling, a mais visitada.
Se busca por uma seção com menos gente e aquela paisagem de montanhas e muralhas sem vim que você viu em fotos e filmes, a sugestão e conseguir um guia, com carro, e ir para a seção de Jinshanling, que fica a cerca de 2 horas de Beijing. Quer mais uma dica? Vale o esforço e o investimento.
E se eu não quiser um guia? Posso alugar um carro e ir sozinho?
A resposta é simples: não. A China não faz parte do tratado que autoriza motoristas a usar a carteira internacional, o tratado de Viena. Isso quer dizer que mesmo que você tenha uma Permissão Internacional para Dirigir você não pode dirigir na China. As locadoras de automóveis só alugam carros para chineses – o que praticamente obriga você a contratar os serviços de um guia.
O que comer
Você pode gastar R$10 ou R$300 em uma refeição em Beijing. Tudo depende o quanto você está disposto a arriscar. Dos restaurantes que visitei a grande maioria não tem cardápios em inglês. Alguns poucos tem cardápios com fotos. A loteria é grande. Mais uma dica: evite estes, a não ser que isto faça parte do seu planejamento.
Mesmo restaurantes mais requintados são difíceis de encontrar: sem falar o idioma você não consegue distinguir a fachada de um dos melhores restaurantes de pato da cidade (o Duck de Chine) de um escritório de advocacia. Mais uma vez, conte com a boa vontade dos atendentes do seu hotel e peça para que escrevam o endereço completo, em chinês. Opte por restaurantes mais conhecidos e que atendem o público ocidental. A rede DaDong, com pelo menos três na cidade, é um bom exemplo. A comida é excepcional, os atendentes, em sua maioria, entendem inglês, e o pato dali é de tirar o chapéu. Espere gastar em torno de R$150 por pessoa. Tem um bem ali na Wangfujing, no sexto andar do Shopping Beijing City.
Internet
Na sua reserva de hotel estava escrito: wi-fi grátis. Ótimo. Mas saiba que na China tem Internet mas não tem… Explico: existe. Você se conecta. Mas devido ao regime imposto pelo governo, mais de 4 mil sites e domínios são bloqueados, incluindo tudo do Google e do Facebook. Maps? Não. Gmail? Não. Instagram? Não. Para usar esses serviços é preciso instalar no seu telefone um app de VPN, que vai simular que seu telefone está em outro país. Mais uma vez o governo está atento a estes apps, e muitos deles também estão bloqueados. O serviço é quase sempre instável. Em outubro de 2015 usei tanto o TunnelBear quanto o VyprVPN, ambos gratuitos, com limites. Mas não dá pra garantir até quando estarão funcionado.
Tem alguma outra dúvida sobre a cidade? Precisa de ajuda com mais alguma coisa? Só me mandar um email ou escrever um comentário aqui. Xie Xie.
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