Appalachian Trail S01E33-36

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Dias 33 a 36, 17 a 20/05: zero em Damascus

Damascus, Virgínia, tem pouco mais de 800 habitantes. Mas durante o Trail Days esse número cresce incrivelmente. A prefeitura estipula a número de cerca de 20 mil turistas na cidade no final de semana do evento…

Como passei a semana aqui pude acompanhar as mudanças. O trânsito, as poucas lojas e bares lotados, as barracas surgindo pelos gramados…

O Trail Days reúne todo mundo ligado à trilha: não só caminhantes e fabricantes de equipamentos, mas toda a comunidade em torno da Appalachian Trail. Vários grupos ligados a igrejas protestantes, autores, blogueiros, gente que faz artesanato inspirado na AT, imagina aí um grupo e ele vai estar aqui.


Meus dias foram até chatos de tão monótonos. Saí do Woodchuck’s na quinta e voltei pra casa paroquial da Igreja Metodista. Vim ajudar na pintura da casa e passei o dia na função, em troca de um bunk para os dias do festival. O bunk é um beliche de madeira sem o colchão: você usa seu saco de dormir. É melhor que ficar acampado, já que tinha previsão de chuvas, e que ficar no sofá do Chuck, que estava me cobrando 20 dólares e começava a montar o café da manhã na sala às 5:30 da madruga…


Com o início do festival pude reencontrar com a Amanda e conhecer algumas pessoas que tinha só contato virtual, como o Green Giant (autor do ótimo Where’s The Next Shelter?) e o Zach Davies, autor do Appalachian Trials e editor do The Trek. Deu também pra acompanhar o trabalho voluntário dos grupos, como dedicação de tempo e serviços aos caminhantes. Tem comida de graça, massagem nos pés, sorteios de brindes, o escambau.


Estar na casa paroquial me afasta do lado “festa” do festival. A coisa acontece na Tent City, o parque onde a prefeitura libera pro pessoal montar as barracas. Amanda tava contando de fogueiras enormes, música, tambores e dança ao redor do fogo. Um lado de mim fica querendo dar uma passada lá pra ver, mas o lado “deixa disso, fica na sua…” acaba falando mais alto.


Daqui a pouco em o desfile dos thru-hikers desse ano e combinei com Amanda da nossa ala brasileira estar presente. E mais tarde tem uma “fiesta” dos colunistas do The Trek, que ainda tô pensando se vou. Fato é que saio amanhã cedo e volto a caminhar. O próximo trecho, dizem, é recompensador. Voltando a andar volto a escrever diariamente aqui no blog. 

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