Appalachian Trail S01E119

Dia 119, 11/08: Bemis Mountain Lean-to (1951.7) a ME 4, Rangeley, ME (1969.4)

Distância do dia: 17.7 milhas | 28,48 km

Distância total: 1969.4 + 8.8 milhas | 3183,60 km

Distância que falta: 220.4 milhas | 353,69 km

Dias que faltam: 12

Ontem, quando chegamos no shelter, a água era um pocinho, minúsculo, onde a gente tinha que pegar a água com um copo e encher a garrafa. Hoje de manhã no mesmo lugar corria um riacho. Acordei às 5:30 e fiquei fazendo hora pra levantar.

Normalmente fico uma meia hora ali de bobeira, criando coragem pra sair no frio. Exatamente às seis, quando ia sair de dentro do saco de dormir, desabou um toró. Chuva, trovão, relâmpago, tudo que tem direito. Fiquei mais tempo ali esperando a chuva passar. Duas horas depois dava pra ouvir o riacho correndo…

Com a chuva o início do dia foi problemático. Nem cem metros a gente tinha andado e Wash Bear enfia o pé numa das poços de lama. Mais um tanto e eu escorrego, caindo de bunda no chão… foi meio assim o dia todo. Escorregões, tombos, pés ensopados. Mas a chuva tinha passado, o que era bom.

Mas não durou muito. Meio da tarde, ali pelas três, desaba o mundo de novo. Pelo menos mais duas horas de chuva. Eu andava com o Senador. Wash Bear alcançou a gente pouco antes de chegarmos à estrada – e a chuva parar. Os três molhados, fomos pra beira da estrada tentar uma carona pra cidade. Tinha um hostel perto da trilha – mas o guia que o Senador usava dizia que não tinha eletricidade… Optamos por outro.

Foi um erro. Quando chegamos estava lotado, mas ofereceram pra ficar em uma casa que eles acabaram de alugar, mais perto da cidade. Ótimo. Só que demorou pelo menos duas horas pra levarem a gente até lá… chegamos famintos. E uma das razões pra ficar numa cidade, claro, é comida de verdade (as outras são banho quente e eletricidade pra carregar os equipamentos. Cama, televisão, essas outras coisas não fazem a menor falta). Resolvemos ir comer antes de passar no supermercado. E com o atrasado, quando saímos do bar/restaurante o supermercado já estava fechado…

É bom destacar que a quantidade de comida que a gente consome nas cidades é assustadora. Tudo pra tentar recuperar algumas das calorias gastas durante os dias no mato. Eu, por exemplo, sempre peço o maior sanduíche que tem no lugar. É padrão americano, agora imagina. Vem, claro, com batatas. Que eu cubro de maionese e catchup… E ainda emendo com um porção de buffalo wings, as asas e coxinhas de frango. E sobremesa. E cervejas… E no café da manhã panquecas, com manteiga e syrup. E dois ovos, bacon, batatas, torradas, um litro de café… Se quando eu voltar pro Brasil comer a metade do que como aqui engordo 10 quilos em um mês…

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