Existem várias tradições na Appalachian Trail. Costumes que foram sendo repetidos ao longo dos anos pelos caminhantes e pela comunidade que se forma no entorno da trilha.
Uma dessas tradições consiste em comer sozinho pote de 2 litros de sorvete numa sentada. Acontece bem na metade do caminho e serve pra marcar esse ponto. Outra tradição é pular de uma ponte. Essa não lembro onde fica, mas sei que saltar da ponte é proibido, mas as pessoas por um assim mesmo. Tenho certeza que vou fazer a primeira. A segunda ainda tenho dúvida.
Entretanto, nenhuma tradição é tão importante e representa tanto a Appalachian Trail como os Trail Angels. Os “anjos” são voluntários que disponibilizam seu tempo para ajudar os caminhantes. Pode ser uma carona ou uma massagem, uma refeição ou um simples copo d’água. Alguns são lendários, como Miss Janet, uma senhora que tem uma van toda adesivada e que leva e trás os caminhantes na Virgínia. Um outro, no Maine, deixa caixas com garrafas d’Água e comida no trecho chamado 100-mile wilderness, uma seção da trilha de 160 km sem nada por perto. Tem até um mini documentario dele no YouTube.
Anjos estão espalhados por toda a trilha, da Georgia ao Maine, fazendo suas mágicas (chamadas de Trail Magic). Eu tive a sorte que encontrar os meus antes de começar a caminhar, ainda na Florida. Ingrid e Yoav (e sua filha Laura) foram meus anfitriões na minha chegada. Moram numa casa agradável ao sul de Jacksonville. Foram eles que receberam os equipamentos que ganhei e guardaram por algumas semanas. Foram eles que me deram cama e comida por três dias. Que me contaram histórias da trilha (Yoav diz que trilha faz parte da vida dele desde a adolescência). E sobretudo que me deram carinho e apoio nessa reta final.
Difícil expressar o quanto o apoio deles foi importante. Muito obrigado é pouco. Ingrid, Yoav, Laura, Billy, queria ter ficado mais tempo, mas agora espero que só veja vocês pessoalmente em setembro. Valeu.
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