Foi emocionante cruzar a Bridge of the Gods. Emocionante e assustador. A ponte não tem passarela pra pedestres. A travessia é junto aos carros, na contramão deles. A ponte é movimentada, e muitos carros trazem carretas com barcos ou bicicletas. Pra completar, o piso é vazado, o que faz com que você veja o rio muitos metros abaixo. E venta. Bastante.
Eu queria uma foto com a placa com o nome da ponte para a capa do Podcast e ela está apenas no lado de Washington. “Eles tem a placa, a gente o pedagio”, me disse a garçonete na lanchonete em Cascade Locks quando perguntei. “Pelo menos vocês ficam com o dinheiro”, eu respondi.
Foi entrar em Washington e tudo mudar. A trilha é outra: não é a mesma que vinha fazendo há semanas. Sim, tem um lago logo depois de você cruzar a estrada, mas as semelhanças com o Oregon param aí. Adeus trilha com pouca elevação. Fui entrar no estado e começar subidas intensas. A vegetação é outra. O clima também: o estado tem fama de ser úmido e a previsão do tempo pros próximos dias é de chuva.
O dia seria curto por isso fui curtindo: colhendo mirtilos, apreciando a vegetação. Quando cheguei no local combinado Pan Piper estava lá. Não era cinco da tarde. “E aí? O que acha? Quer andar mais?”, ele perguntou. Eu não queria. O terreno era meio inclinado mas tinha água perto. E o próximo acampamento com água estava distante. Além disso, andar essa curta distância hoje nos colocaria a três dias da cidade de Trout Lake: andar mais não mudaria muito esse cenário.
Montei a barraca, preparei o jantar e curti cada momento de estar em um novo estado.
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