A trilha da trilha: Angus & Julia Stone – Grizzly Bear
Admito: forcei a barra na trilha da trilha. Mas essa música do Angus & Julia Stone é tão boa!
O fato é que finalmente vi meu primeiro urso na PCT!
E urso pra mim é que nem neve: é legal. Eu gosto. Mas de longe.
Esse tava não na floresta, como era de se esperar, mas num lugar cheio de pedras, tipo uma Mordor. Era um filhote: me viu e correu. Diferente da Appalachian Trail, onde eu fiquei todo besta, “oh, um urso!”, dessa vez eu primeiro olhei de lado, procurei a mãe, não vi, aí relaxei.
Experiência, essa dama…
Acampei sozinho na beira do lago Deadfall, saí logo cedo, às 5:30 da manhã pensando que não iria encontrar alguém antes da hora do almoço mas logo passei pelo Ellusive. “Você acampou no lago? Eu não te vi”, ele perguntou. Eu tinha chegado tarde, já quase 8 da noite, e parei no primeiro lugar que tinha. Não fui até o camping onde ele estava.
Ainda antes das sete parei pra fazer um café na beira da estrada. Dunkin, que vinha no sentido contrário, veio falar comigo. “Sério? Você é brasileiro? Encontrei um casal de brasileiros não muito longe daqui”, ele disse.
Fã de futebol, ficamos batendo papo e eu tentando responder a uma de suas perguntas: porque os jogadores brasileiros só usam o primeiro nome?
Queria ter chegado até um camping mais à frente, para estar o mais perto possível de Etna e andar menos no dia seguinte. Mas quando vi aquele lugar aqui, livre, sem ninguém, não resiste. Vista das montanhas de um lado, vale e imensidão abertos do outro, só um lugar, sem possibilidade de vizinhos durante a noite, não resisti. Abri ali a barraca, sem a cobertura de chuva, torcendo pras nuvens irem embora, mas não teve jeito: não teria a vista à noite toda. Iria chover, ou garoar, com certeza.
Eu ainda estava a quase 50 quilômetros de Etna. O dia seguinte seria acordar cedo e botar o pé na trilha. Mas deixar aquela vista não iria ser fácil…
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