Dia 112
Noble Lake
28 km hoje
3831 km total
Marguerita e eu saímos juntos do acampamento. Ela tem 45 anos, é fisioterapeuta e está fazendo apenas um pequeno trecho da trilha esse ano. Em anos anteriores fez trechos maiores. Ficamos parte da manhã andando juntos e conversando até eu me distanciar.
Fomos nos encontrar de novo no final da manhã, quando peguei uma encruzilhada pro lado errado. “Eu estava te vendo de longe e pensei que você fosse ao lago”, ela disse. Não. Eu errei mesmo o caminho.
Chegamos no estacionamento pouco antes de uma da tarde e Markleeville fica mais longe do eu imaginava. Não é só isso: a estrada quase não tem movimento. Fiquei feliz com a carona.
Peguei meu bear canister na agência do correio, mandei o ice axe pro final da trilha (não vou precisar dele agora. Talvez nem precise dos microspikes que estou carregando) e fui no único mercado da cidade comprar comida pros próximos 4 dias. Na única lanchonete do lugar comi dois sanduíches de croissant com ovos e presunto.
Foi lá que encontrei com Bob. Ele está fazendo de bicicleta uma viagem de Seattle a San Diego. Quase a PCT, mas por estradas.
Fui pra porta da mercearia tentar uma carona pra voltar pra trilha, já disposto a ficar e dormir por ali caso não conseguisse. Não demorou pra um casal ainda na casa dos 20 anos parar. “O dia está muito quente e a gente decidiu ir pra um lago. Ainda não sabemos qual. Mas entra aí. Te levar até a trilha vai ser uma boa desculpa pra gente ir pra um lugar diferente”, ela disse. No carro, equipamentos de mergulho, escalada, barraca, comida. “Eu só quero ficar perto de um lago tocando violão…”
Carregando novamente o bear canister e comida pra quatro dias, a mochila está mais
pesada que nunca. Mas tem uma coisa com essa minha mochila: quanto mais cheia, mais confortável.
Cheguei ainda com sol às margens do Noble Lake. Tirei a mochila e entrei na água com roupa e tudo. Estava precisando tomar um banho e lavar minha roupa. Ótimo motivo pra resolver de uma só vez os dois problemas.
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