Distância do dia: 51,79 km. Distância total: 537,26 km.
Não tá errado não. É isso mesmo. No capítulo anterior nosso caminhante terminava em Glaura. Nesse ele começa em Santo Antônio do Leite. Erro do continuísta? Já explico. Cheguei em Glaura no sábado e Alê me esperava. Tínhamos reservado uma pousada em Santo Antônio do Leite pra passar o final de semana. A ideia era no domingo eu fazer o caminho de volta e ela me pegar de novo na Matriz. Mas na estrada fui reparando que o trecho de 14 km entre uma cidade e outra é todo feito no asfalto, sem acostamento. Aquele pedaço não iria acrescentar em nada na minha caminhada. Decidi pular. Não é que eu não tenha feito o trecho: eu fiz, só que que carro…
Usei o domingo pra relaxar, curtir minha esposa, passear por Ouro Preto (que também está do lado) e resolver um assunto pendente: ali eu terminava o Caminho do Sabarabuçu e tinha direito a pegar meu certificado, junto com o do Caminho dos Diamantes. Independente de ter passado em todas as cidades, o Instituto emite o certificado com base no número de carimbos do seu passaporte. Eu já tinha dez dos Diamantes (mesmo pulando Santa Bárbara, Catas Altas e Mariana) e quatro dia Sabarabuçu.
Hoje esperei o café na pousada e saí por volta de 8h. Alê me deixou no primeiro marco (a pousada não ficava a mais de 1 km da saída, e em um dia como hoje, que esperava andar 46 km, qualquer distância conta). Na pousada o Manoel já havia avisado: o trecho seria plano e sombrio. É assim foi. Com o dia frio (só tirei a blusa lá pelas duas da tarde) e alimentado, não parava nem pra beber água. Os 9 km até Engenheiro Correia foram feitos em pouco mais de 90 minutos. Parei pra água é uma maçã em Miguel Burnier, 12 km adiante, pouco depois do meio dia. E as 15h já estava em Lobo Leite, a 37 km de Santo Antônio. Uma média de 5,5 km por hora. Ótimo.
Depois de Lobo Leite, o antigo Arraial de Soledade, a coisa complicou. A planilha do Instituto marcava só mais 8,92 km até Congonhas. Já na saída um problema: as marcações do CRER, o Caminho Religioso da Estrada Real, marcavam quase o dobro. A razão é que o IER termina o trecho na rodoviária de Congonhas, que fica na entrada da cidade, sem se importar que no dia seguinte o trecho comece no Santuário de Bom Jesus do Matosinhos. A planilha do CRER iria até lá. Eu tinha duas opções: parar na rodoviária e pegar um ônibus até o Santuário ou andar um pouco mais que o previsto. Preferi caminhar.
Só que como sempre entrar e sair de cidades não é tão simples quanto se parece. Congonhas está às margens da movimentada 040. De Lobo Leite até ali o trecho já tinha oferecido algumas boas ladeiras e o Santuário está na parte mais alta da cidade. Somando isso tudo gastei mais duas horas pra chegar. No total mais de 50 km de caminhada no dia (Tô me acostumando com esses trechos longos).
Flavio Soares
Passei por Congonhas de carro no Domingo e adivinha, fiquei parado no trânsito. Devo ter feito uma velocidade média próxima da sua. Nesse momento, lembrei demais da sua caminhada a qual me sinto quase um espectador dessa série (todas as noites venho aqui no Blog procurar um novo episódio para download)
E surgiu uma dúvida: Música ! Não vi você com fone de ouvido em nenhum vídeo… você tem escutado algo no caminho? Qual o trilha para andar no mato?
Jeff Santos
Cara, não ouvi música nenhum dia. Só escuto o clac-clac dos bastões, intercalado com meus passos, e os passarinhos. Mas se bem que na hora que tem trânsito até que dá vontade…