Appalachian Trail S01E03

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Dia 03, 17/04: Lance Creek (24.3) a Whitley Gap (38.4). Distância oficial: 14.1 milhas. Minha medição: 21,3 km, 37.824 passos, 217 degraus. Distância total: 73,4 km.

Thank

Este não é um post original. Por algum motivo que ainda não entendi só agora fui ver que o terceiro dia não foi ao ar. E não está na lixeira, nem nos rascunhos. Sumiu.

O que me faz pensar que já não lembro o que aconteceu há dois dias. Não porque muita coisa tenha acontecido. Pelo contrário. Os dias são muito similares: acordar, preparar, caminhar, arrumar, dormir. As coisas que acontecem e são interessantes são as que não estão previstas. Isso que deixa a caminha especial.

O terceiro dia, puxando pela memória (do celular: estou olhando as fotos pra ver o que fotografei no dia 17 de abril) foi o dia de Neel Gap. Aquele é o ponto onde estatisticamente 25% dos caminhantes desistem. Fácil saber porque. Quando chegam ali muitos já estão andado a uma semana. E a montanha imediatamente anterior é Blood Mountain, a maior da Geórgia. E quando chegam ali e encontram uma rodovia e uma maquina de Coca-Cola é que eles caem na real e se perguntam o estão fazendo. Irão perder muitas histórias, mas mesmo pra esses que desistem a aventura certamente foi incrível.

O terceiro dia foi também o dia da chuva. Montei a barraca e no meio da noite percebi que estava entrando água. E toda a minha roupa ficou molhada. Por sorte celular e outras coisas mais sensíveis – o guia, por exemplo – estavam no outro canto.

Foi o dia que tive que pendurar minha comida pela primeira vez usando o método tradicional e só na hora me dei conta que não lembrava qual o nó usar. Eu ali, na chuva, tentando fazer meu saco de comida – que parecia pesar uma tonelada – parar a uma altura onde um urso não alcançaria.

Foi o dia que acampei no meio do mato – não em um camping, como na outra noite – e que acordei a cada minuto com um barulho estranho.

Enfim, como disse, o que deixa a trilha especial são justamente as coisas que saem rotina.

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