Inspirações: Gustavo Ziller

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A história do Ziller é impressionante. Não só a história do montanhista, mas sobretudo sua história de vida e de como se apaixonou pelas montanhas.

gustavo-ziller.jpgBem resumido: o cara cresceu agitando o meio musical de Belo Horizonte, com banda, festas, bares e emissora de rádio. Criou uma empresa pra desenvolver aplicativos, quando isso ainda estava engatinhando. A empresa cresceu e o cara se mudou pra São Paulo com a família – parte importante em toda trajetória – até o dia em que teve um piripaque. Deu biziu, o sistema bugou e parou de funcionar e as opções eram tomar remédio pelo resto da vida ou mudar de vida.

A história toda é contada em detalhes no primeiro livro dele, Escalando Sonhos, que tá disponível baratinho na loja da Amazon. Sugiro que vá lá agora e compre. Agora. Vou esperar aqui…

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Então vamos continuar.

Eu tive o privilégio de acompanhar de perto parte da história dela: sua banda, Zippados, tocou em algum dos shows que a Motor Music, minha produtora/loja/selo produziu (se não me falha a memória, com o Mudhoney, em 2001). Eu discotequei em algumas de suas festas do Movimento Balanço e tive um programa na sua rádio (o Baticum, na Savassi FM). Vi o cara migrar do outdoor (os cartazes mesmo) ao digital. Sempre acompanhei a movimentação que ele aprontava com admiração e curiosidade: o cara sempre conseguiu transformar tudo o que botava a mão. Saca o milagre da multiplicação dos pães? Sabe Midas? Era tipo isso. Sua festa não era uma festa qualquer: virou a festa mais badalada da cidade. O mesmo aconteceu com seus bares. E sua rádio? Como era boa a Savassi FM… O cara sempre foi um fenômeno: focado e determinado, nunca deixou por pouco. Se era pra fazer algo, que essa algo fosse o melhor no que se propunha.

E quando decidiu começar a escalar seus sonhos a coisa não poderia ser diferente. A sua mudança de vida começou com o trekking pela base de Annapurna, no Nepal. Poderia ter parado ali, mas vocês já viram que o cara não é fácil… O que era só a caminhada virou um projeto chamado 7 Cumes. O objetivo de Ziller passou a ser escalar o ponto mais alto de cada continente. Justamente ele, que não era profissional… E se não bastasse, o projeto passou a ser não só as escaladas, mas uma série de livros, uma série de TV, um ciclo de palestra, cursos, aulas, o escambau. Até o momento Ziller já subiu o Aconcágua, na Argentina; o Kilimanjaro, na Tanzânia; e o Elbrus, na Rússia. Os próximos virão em breve. Dá pra acompanhar o projeto 7 Cumes e as outras investidas do cara pelo site.

É inegável a influência do Ziller montanhista-empreendedor sobre mim. Primeiro porque de todos os perfis de inspiradores que venho traçando aqui ele é o único realmente próximo. Além disso, tivemos nossa mudança de vida quase na mesma época: ele quando decidiu ir para o Nepal, eu quando decidi voltar da Austrália e ir a Tambaú. E se eu tinha dúvidas se deveria ou não caminhar aqueles 450 quilômetros, acompanhar a caminhada dele foi a certeza que deveria seguir em frente. Por fim, em tempos mais recentes o apoio que ele vem dando pro meu projeto de caminhadas de longa distância é de extrema importância. Ajuda na divulgação, na busca por apoios, ensina técnica para subir e descer montanhas…

Nossos destinos podem parecer diferentes, nossas metas a serem alcançadas também. Mas nossos objetivos de vida são mais próximos do que parece. No fundo no fundo o que esses dois quarentões buscam é a mesma coisa que buscavam quando tinham vinte: dar uma sacudida e mostrar que é possível. A forma dele fazer isso é vertical: para o alto e avante. A minha é horizontal: ir mais longe, sempre. Mas o que realmente importa não é se fomos os primeiros ou se fomos os mais rápidos: o que importa é mostrar que gente comum – eu, o Ziller, você, seu colega aí do lado – é capaz de fazer coisas extraordinárias. Quer levar uma vida dipopodamirigoda?  Sonhe, planeje e execute que dá.

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