Appalachian Trail – Equipamentos

Já tinha escrito sobre os equipamentos antes da viagem, mas como tem gente perguntando resolvi fazer uma recapitulação do que me acompanhou na viagem.

Durante tempo de caminhada eu usei basicamente o mesmo equipamento. Foram poucas as coisas que mandei de volta ou inclui ao que estava na minha mochila desde o início.

Tudo tinha seu lugar, dentro da mochila ou quando montava equipamento. Por causa disso sei de cabeça exatamente o que carregava. Não fui ultra light: os equipamentos eram leves, de boa qualidade, mas se procurar e possível achar outros ainda mais leves.

Minha mochila era um Gossamer Gear Mariposa de 40 litros. Único comentário sobre ela: perfeita. Tem algumas coisas que gosto muito, como os bolsos externos, a capacidade de acessar água sem ter que tirar a mochila e a possibilidade de trocar só o cinturão se ele estragar. Não é gigante, mas cabia tudo com folga. Ela tem grande bolso externo na parte de trás. Nas laterais um bolso maior no meu lado esquerdo e dois pequenos no direito. Todos esses abertos. Tem também um na parte de cima e um em cada lado do cinturão, esses três com zíper.

No bolso de trás, o maior, eu levava a barraca, a pá e o saco de lixo. No bolso esquerdo meu tênis de acampamento e 15 metros de corda. No bolso de cima do lado direito o filtro, um Platypus de dois litros e um copo feito a partir de uma garrafa de água mineral cortada ao meio. No bolso de baixo a garrafa de água. No lado esquerdo do cinturão os lanches que comia durante o dia. Do lado direito o telefone, fone de ouvido e as páginas do guia daquele dia, dentro de saco plástico. No topo um saco plástico com minha nécessaire, outro com papel higiênico e mais uma meia dúzia de sacos extras. Explico cada coisa a seguir.

A barraca era uma Big Agnes Fly Creek pra duas pessoas. O espaço extra eu usava pra guardar a mochila dentro da barraca nos dias de chuva. Essa é sem dúvidas a barraca mais popular na trilha, mas tive problemas com ela, com água entrando pela parte de baixo. Não fui o único: Senator e outras pessoas que conversei reclamaram da mesma coisa.

A pá é usada pra cavar seu cathole, o buraco que você faz pra enterrar as fezes. Comecei com uma de plástico duro, mas achei uma outra de alumínio, mais leve, e troquei. O saco de lixo era uma sacolinha de supermercado mesmo.

O tênis de acampamento era uma espécie de Croc, mas mais leve que a original. Comecei com um tênis da Tribord, mas demorava a secar. Achei esse num hiker box e fiz a troca. Deixei-o na hiker box no final da trilha. A corda é da espessura de uma corda de varal. Usava pra pendurar a comida no acampamento. Já comentei sobre isso aqui.

O filtro é um Sawyer, que eu atachava no Platypus e filtrava a água pra dentro da garrafa, uma de plástico, da água mineral Smart Water. Super resistente, durou toda a viagem. O copo era da garrafa da mesma marca. Usava pra pegar água em locais difíceis, mas também me servia de taça quando levava vinho pro acampamento.

Comecei com o iPhone que perdi. No dia coloquei ele no bolso e não fechei o zíper. Terminei com um Motorola pré pago, que usava com fones baratos que comprava em postos de gasolina. Os snacks do dia eram quase sempre barras de cereal, chocolates, queijos e carne seca.

A nécessaire era um ziplock com escova de dentes (dessa de viagens), creme dental, fio dental, uma pomada de assadura, outra pra picada de insetos e repelente. O papel higiênico era, bem, um rolo de papel higiênico. E levava um pacote com dez lenços umedecidos também.

Além disso, na parte de fora eu tinha um canivete suíço em um mosquetão no lado esquerdo da alça da mochila, junto com o tag de identificação da Appalachian Trail e meu Spot Gen 3 na alça do lado direito.

Dentro da mochila eu tinha um grande saco de lixo, que protegia minhas coisas em caso de chuva. Além disso cada coisa ia dentro de um saco estanque. Na ordem, de baixo pra cima, um Sea to Summit com meu saco de dormir. Depois um Tribord com minha comida e primeiros socorros. Em três sacos menores eu trazia meu fogareiro, gás e colher; meu isolante e um lençol. Um saco da Granite Gear com minha roupa limpa vinha depois. Em cima dele a sacola com minha suja e outros dois sacos menores, um com minha câmera e outro com os eletrônicos. Por fim a capa de chuva.

Detalhando cada coisa: o saco de dormir era um REI Igneo para temperaturas de até -5ºC. Nos dias mais quentes ficava insuportável dormir nele, por isso comprei um lençol. Ele ajuda também a deixar o saco de dormir menos sujo. O isolante térmico é inflável, um Therm-o-rest Neo Air. Confortável, leve, mas barulhento. Ainda assim não trocaria pelo tradicional. O fogareiro era o incrível Jetcook da Azteq. Rápido e eficiente. A colher era uma de bambu que o pessoal da Gossamer Gear mandou com a mochila. Dentro Jetcook eu levava também o combustível é uma bandana que usava pra limpar os utensílios.

O saco estanque com as roupas limpas tinha uma jaqueta de frio da Marmot, um par de meias extras, um calção, uma camiseta e a bandeira do Brasil. O saco de roupas era também meu travesseiro.

O kit de primeiros socorros não passava de alguns band-aids, uns comprimidos pra dor, alergia e dor de cabeça, multi vitaminas, umas fita atléticas que achei numa hiker box, protetor solar e um detergente biodegradável pra lavar a panela. Os eletrônicos eram uma carregador portátil da Anker, dois cabos mini USB, adaptador pra tomada com duas entradas, também da Anker e minha lanterna de cabeça, uma Pretzl. Nesse saco estanque também levava meu passaporte e pilhas extras para o Spot e/ou a lanterna. A câmera, que comprei depois de perder o iPhone, era uma chinesa, a Yi Mirrorless. A capa de chuva era uma jaqueta da Quechua.

Eu caminhava com tênis Altra e palmilhas Superfeet, meias da Wigwag, calças conversíveis de pescaria da Decathlon, uma camiseta, boné e uma bandana. Os bastões de caminhada era da Quechua. Quebrei um, achei um outro da Hiker Trash, que também quebrou e achei outro da Black Diamond.

E era isso. Pouco mais de dez quilos. Tudo que precisei pra viver quase 5 meses no mato.

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8 Responses

  1. João eduardo (Der Famous)

    Jeff, acompanhei essa realização de sonho desde o primeiro dia e tenho uma coisa a dizer: fodástico, meu caro! Mesmo com os perrengues, cartão de banco que não funcionava até as pessoas abençoadas que apareciam no teu caminho. Foram 5 meses du caramba! Parabéns! É isso que fazemos com um sonho: realizamos!! Boa viagem de volta à belzonte 🚀

  2. Júlio César dos Santos

    A questão pode ser: não é o quanto você tem, mas se você tem o que realmente precisa!

  3. Sandro Pereira

    Acabei de escutar o podcast, tudo muito bom e inspirador. Obrigado por compartilhar conosco. Abraços e vamos nessa.

  4. luciana*

    Tava aqui vendo o canal Homemade Wanderlust no youtube, e a Dixie acabou de comentar que encontrou com a Brazil Nuts na PCT. Um pena que seu encontro não foi possível.

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